quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O que é o erê?



Erê é o intermediário entre a pessoa e seu Orixá, é o aflorar da criança que cada um guarda dentro de si; reside no ponto exato entre a consciência da pessoa e a inconsciência do orixá. É por meio do Erê que o Orixá expressa sua vontade, que o noviço aprende as coisas fundamentais do candomblé, como as danças e os ritos específicos de seu Orixá. A palavra Eré vem do yorubá, eré, que significa "brincar". Daí a expressão siré que significa "fazer brincadeiras". A palavra iré em yorubá significa "boa ação ou favor". Também podemos indentificar o erê como derivado do termo iorubá asiwere, que possui o significado de louco ou maluco, entretanto, essas palavras precisam ser interpretadas de forma mais amena porque se refere somente ao comportamento infantil.
 O Ere (não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja, o Erê é o intermediário entre o iniciado e o orixá. Durante o ritual de iniciação, o Erê é de suma importância pois é o Erê que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado.O Erê é às vezes confundido com ibeji, que na verdade é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Erê é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão.
O Erê conhece todas as preocupações do iyawo (filho), também, aí chamado de omon-tú ou “criança-nova”. O comportamento do iniciado em estado de "Erê" é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu orixá. Noventa por cento dos iniciados não possuem assentamento de ere, pois acredita-se que ele está contido na própria energia do Orixá, embora suas oferendas são servidas e sempre estão presentes nos rituais de mesa fria.
O erê é masculino se o orixá for masculino, ou feminino se o orixá é feminino. Por ser um estado intermediário entre o orixá e o iyawo ele se restringe a comer comidas de santo, sua fala é um misto de iorubá com a língua nativa do iyawo. Cada erê tem seu nome particularizado, de acordo com as especificações de cada orixá. Aqueles dedicados a Xangô podem ser chamar Trovão, Corisco; os de Iyemanja, Pérola, Estrela do Mar, Conchinha; os de Oxalá, Atori, Nuvem,  Pilão e assim por diante.

É IMPORTANTE NÃO CONFUNDIR O ERÊ DO CANDOMBLÉ (ESTADO DE TRANSE INTERMEDIÁRIO ENTRE O ORIXÁ E O IYAWO) COM O ERÊ DA UMBANDA (ESPIRITO DE UMA CRIANÇA DESENCARNADA QUE RETORNA PARA A PRATICA DA CARIDADE E PARA CONTINUAR SUA EVOLUÇÃO) 

Percebam a diferença na definição de Ibejada - A falange das Crianças na Umbanda. 

 Erê (espíritos de Crianças) na Umbanda são a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros (casa da Umbanda) simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza.
São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.
As Crianças da Umbanda tem os nomes relacionados normalmente a nomes comuns, normalmente brasileiros. Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc...
As crianças de Umbanda comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas.

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