Relembra uma passagem de Òsún, em que ao consultar Òrúnmìlà por problemas no ventre, ela foi orientada a fazer um ebó, mas para fazer o ebó era necessário caminhar por uma longa estrada e lá um homem iria lhe presentear com um fruto. Òsún então no dia seguinte vai a uma estrada e começa a caminhada, quando então avista um homem e esse homem é Ògún. Os dois conversam e Òsún conta para Ògún seu problema, quando então ele lhe presenteia com o Isú (inhame). E é com o inhame presenteado que Òsún fez o Ìpètè e resolveu seu problema.
O Inhame quando cozido e utilizado como massa ou em bolas tem a função de amolecer, placar, estabilizar, amaciar tanto situações desfavoráveis, quanto pessoas.
O Ìpètè é uma comida feita com inhame cozido e amassado, temperado com camarão, dendê e sal. É um ritual de muita beleza, que proporciona uma calma maior entre todos os Òrìsá, diante dos momentos agitados das obrigações anteriores. Ògún é lembrado como um deles, pela cantiga do Ìpètè.
Ìpètè a kún iyán
Ògún je
Ògún já dé'ró
No Ìpètè se fartaram de comer,
Ògún comeu,
Ògún se acalmou.
Após o Ìpètè ser servido a todos os presentes na folha de Erva-Capitão (Ábèbè Òsún), é a vez de Òsún dançar. Ela dança com passos delicados, com gestos comedidos e lânguidos, os braços juntos ao corpo e as mãos segurando delicadamente a saia. Ela se pinta, coloca brincos e pulseiras e se mira em um espelho. Depois, de joelhos se banhando grande prazer de jogar água no corpo. Em seguida, levanta-se e dança, mimosa, quase sem se mover. Sedutora, hábil e segura de seu poder, ela não faz nenhum esforço para suscitar as homenagens que lhe são devidas e não se esforça para as provocar.
Ore yeye o!
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