terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Sobre Iyá Ori

Todo Ori, embora criado bom, acha-se sujeito a mudanças; a própria conduta do homem pode transformar negativamente os pré-requisitos de nossa existência por nós escolhidos de ante Ajala.

Durante todos esses anos eu já ouvi tantas inverdades, crendices e lendas que não me admiro ver tantas novidades em nossa religião.
Sobre Iya Ori então, eu fico impressionado como isso foi divulgado. Dizer que Iya Ori (Yemonja) ou qualquer Orisa que tenha esse título seja a dona de todas as cabeças... é de deixar pensando o porquê de tanta desinformação.
A divindade que é considerada como “aquela que molda as cabeças”, é o Orisa Ajala, e a que habita as cabeças, se é que podemos dizer assim, para facilitar o entendimento das pessoas iniciadas recentemente ou leigas, é Ori.
Eu cultuo Yemonja e considero um belíssimo Orisa, mas daí atribuir a essa linda divindade algo que não é verdade, não faz parte de nossa forma de ver a religião

Sobre o bori então... eu fico impressionada com alguns procedimentos. Oferecer peixe e canjica para todas as cabeças é um atestado de incompetência comum aos supostos sacerdotes.
Se o Ori esta ligado ao odu, e existe 256 odus diferentes, a grosso modo, teríamos no mínimo 256 tipos de bori. Mas a verdade é que esse procedimento não segue nenhuma regra e sim, uma orientação de Ifa ocasional.

Dependendo da consulta feita ao jogo, pode sim ser orientado um bori àquela pessoa em um determinado momento. Os componentes do mesmo seguem uma orientação pessoal e específica diante daquela circunstância.
Cada pessoa em um determinado momento da vida necessita de um tipo de bori que supra as suas carências, é responsabilidade do sacerdote identificar as mesmas com precisão. Essa regra pode ser usada como forma de identificar as comidas, e outras substâncias a serem usadas no ritual.
Ori, eu te saúdo!
Aquele que é sábio,
Foi feito sábio pelo próprio Ori.
Aquele que é tolo,
Foi feito mais tolo que um pedaço de inhame,
Pelo próprio Ori!
Seria muito importante que todas as pessoas tivessem acesso a literaturas que indicam os procedimentos a serem seguidos em nossa religião. Infelizmente isso não é possível, sendo assim, vamos tentar contribuir com algumas informações, sem querer ser o dono da verdade, mas também não compactuando com essa total falta de informação existente.

Iyá Abatan


Abatan é uma Iyagbá dos pântanos de água doce assim como Nanan, é a esposa de Erinlé e mãe da Iyá Odé Otin. Seria filha de Olosá com Baba Oduduwa. É uma Iyá Agbá e tem seu culto realizado a noite. Todo seu culto está intrinsecamente ligado ao culto de Erínlé, embora ela possua cantigas e orikis próprios. Suas cores são o azul-claro, o azul-escuro e o verde-água


Queimar Igba/Ota. Como é isso?



Não raro são as vezes que escutamos adeptos da religião dizer que “queimaram meu Igba” ou “sai da casa e meu pai de santo fez maldade com ota do meu Igba” “Sou de Osala meu pai ferveu meu Ota no dendê” Sou de Osossi meu pai colocou meu Otá no mel” entre outros atos que vou me dar ao luxo de nomea-los como cômicos.

Quando nos iniciamos no culto, nosso zelador (a) é responsável por colocar aquela pequena partícula do nosso Orisa em nosso Ory, logo, seria controverso ele mesmo “queimar” essa força.

Vamos deixar claro que uma das principais funções de um Igba é “alimentar” o Orisa, ou seja, é onde nosso santo comunga conosco. Deve-se sempre zelar por aquilo, mas, nosso Orisa esta no Ory, e não em uma pedra (Otá) ou na louça.

Outro ponto é que, se o zelador “quizilar o orisa” do seu Igba, quem vai estar irritando ou afrontando o Orisa é ele, e não você, Orisá não é burro nem cego! Vamos usar o exemplo de Osala, se o pai ou mãe de santo pegar o otá de seu Igba de Osala e ferver no dendê, a quizila é dele não do filho, quem colocou lá foi ele e não o filho, já ouvi alguns ridículos dizerem que dizem pro Orisa que quem mandou colocar foi o filho, ai me pergunto: Orisá é louco?

No mesmo instante me respondo: Não, louco é quem acha que Orisa é bobo.
Orisa conhece nosso interior, o que sai da nossa boca, foi antes pensado! Logo, ele saberá exatamente a intenção de cada um de nós.

Meu objetivo, é sempre tentar mudar essa imagem do “sagrado maluco” que alguns zeladores tentam passar para amedrontar os filhos, e mais uma vez eu digo, “EU NÃO CULTUARIA UM DEUS LOUCO”.

, “Se Deus não ouve minhas preces, agarro na mão do Diabo e vou embora”, e é exatamente isso, se meu Orisa me castiga por algo que um terceiro fez, desculpem, não cultuaria esse deus.

Fiquem tranquilos quanto a isso, seu Orisá é divino, vai além de nossa interpretação.
Lembrem-se seu corpo é seu principal Igba.

Recados as filhos ausente e afastados #


É comum aquele filho afastado da Roça ou do Templo jogar piada tipo: não estou lá mas sei de tudo que acontece.
Sabe nada! Não sabe nem quanto custou seu cabrito. Não sabe quanto custa um obi, uma caixa de Woagi. Não tem idéia quanto custa um garrafão de água mineral nem o copo descartável que usa. Não sabe o preço do papel higiênico "do bom" nem o café Pilão que é servido a vontade 24h por dia. Não sabe também quanto custa as faxinas nos quartos de santo, não sabe o preço dos sacos de lixo reforçados e nem quanto pagamos pro zé cachaça levar tudo quando o lixeiro não passa.
Esses infelizes também não sabem de nada sobre manutenção, pinturas, campanhas que acontecem em prol do progresso da casa.
Não sabem que algumas vezes a natureza nos castigou com chuvas e ventos ke telhas foram quebradas com isso entrando agua em tudo..e "VOCÊ" sequer agradece o irmão(a) comprometido que enfrentou a força da chuva para tiras os Igbàs do perigo dos estragos....Vc sabe de quantas vezes seu zelador(a)chorou pela sua ingratidão?? sentão como vc diz ke sabe de tudo??...ah sim vc diz sobre fofocas e falatórios??más vou te contar aki entre nós...quem leva daki pra vc traz atraso de vida a sua vida...não permita isso não,seja diferente dos outros...
E assim segue a Umbanda e o Candomblé, ano a ano.

A religião precisa ser encarada com convicções


Uma pessoa me confessou que não procurava seu Babalorisa para jogar búzios , porque o mesmo depois de jogar , tirar ebó , espalhava os problemas dos filhos para todos dá egbe. Isso é muito comum , e atinge diretamente a ética , lealdade e comprometimento com o elegun e com o Orisa . Até que ponto um iniciado precisa procurar uma pessoa estranha , distante para desabafar sobre seus problemas, por não confiar na ' língua " , do seu líder ? A religião precisa ser encarada com convicções , com respeito ao próximo , e principalmente a si mesmo. Quando deixamos buracos abertos pelo caminho , sofremos o risco , de derrubar toda uma linhagem que vem atrás . Pense bem !

PORQUE NÃO ASSOVIAR NA ROÇA DE SANTO????

Esù é o Dono do Assovio e assoviar é provocá-lo. Seus assovios são intempestivos e penetrantes de tal maneira que assustam os velhos, que estes não se atrevem jamais a assoviar, com medo que Esù responda. É ele quem assovia nas paragens desertas e nas casas abandonadas, como se sabe, a noite é o domínio de “entidades” de todos os tipos, mas durante o dia há horas perigosas que convém levar em conta: o meio-dia e às seis da tarde, quando vagam algumas “entidades” durante alguns momentos e nestes horários Esù abandona as portas e as casa ficam sem defesa, se assoviarem durante este período, qualquer um destes poderá entrará na casa... Esta é a razão pela qual se verte água na porta da rua e ninguém deve entrar ou sair de uma casa nestes horários. A meia-noite a pior de todas as horas, já transitam Egungun, Èsù e Àjés com toda liberdade, então em hipótese alguma assovie, sobre tudo em altas horas da noite... Esù está difundido por todas as partes “em uma rede numerosa”, todos se comunicam entre si, se enganam mutuamente – “o Esù da porta, quando recebe a oferenda de um animal destinado somente ele, dá um jeito de afastar o Esú da esquina” - ou se solidarizam uns com os outros por vingança. O que guarda a porta confabula com o da esquina, o da esquina com o dos quatro caminhos, o dos quatro caminhos com o da floresta e assim sucessivamente... Desta forma é necessário que o da porta esteja satisfeito, “que seja ofertado antes de todos” conforme dispôs Olófin, segundo certas versões de Ifá e de acordo com outras, para que não atrapalhe a trajetória normal da vida e para que este Esù não assovie para o Esù da esquina, o encrenqueiro e revoltado, o qual, por sua vez, não assoviará para o Esù dos quatro caminhos e este, para o Esù da Floresta e assim por diante... Se o da porta assoviar e se eles acudirem a seu chamado, todos se introduzirão numa casa e nela ocorrerá alguma tragédia lamentável. “Para aquele que assovia, todos os Esù entendem que lhe estão chamando para adentrar a casa e a pessoa padece as conseqüências... É essencial contentar Esù e não provocá-lo com assovios ou com qualquer outro tabu... Emboscados em cada caminho, dispões de nossa vida em todos os momentos, pode jogar com ela como bem entender. Dono das chaves que “abrem e fecham os caminhos e portas”, do Além e da Terra, aos Deuses e Mortais... e as abre e fecha à sorte e à desgraça, segundo seus caprichos... embora pequeno, temos de considerar Esù, sem discussão, o mais temível dos Òrìsà... Então para minha felicidade... eis que surge uma nova pergunta: Então porque Òsányín assovia? Este direito lhe é concedido porque Òsányín pertence à família de Esù. Embora parente não seja e de forma alguma um “caminho de Èsù” e sim uma Divindade totalmente distinta, assim como Ale “o inventor da aguardente” também pertence a esta família, mas não é Esù. Se por um descuido você assoviar na mata se apresentarão Òsányín e Esù e a eles você deverá prestar conta do chamado deixe esta prática de assoviar na floresta para os caçadores e admiradores de pássaros silvestres.