Fracassei em tudo que tentei no Candomblé.
Tentei ensinar que Orixá não precisa de luxo, fracassei. Tentei fazer as pessoas entenderem que a religião deve ser praticada com fé e simplicidade, fracassei. Tentei convencer os mercadores da fé que religião não é comércio, fracassei. Tentei explicar que conhecimento é muito mais do que cantar e dançar, fracassei. Tentei fazer das festas um acontecimento muito menos social e muito mais religioso, fracassei. Tentei conscientizar que a natureza é a base da religião e que, por isto, devemos preserva-la, não sujando as matas, rios e cachoeiras com alguidares e garrafas, fracassei. Tentei evitar que filhos denegrissem a imagem dos seus ex-zeladores quando saíram de suas casas, fracassei. Tentei convencer que só o bem constrói e que o mal alimenta o ódio, fracassei. Tentei eliminar a fofoca por onde passei, fracassei. Tentei explicar que a grandeza humana está na humildade, fracassei. Tentei mostrar a importância da fidelidade e da gratidão, fracassei. Tentei dizer aos Pais e Mães de Santo que nenhum outro sentimento deve substituir o amor nas relações com seus filhos, fracassei.
Mas meus fracassos são minhas vitórias. Detestaria estar no lugar daqueles que me venceram!
Nenhum comentário:
Postar um comentário