sábado, 20 de dezembro de 2014

Iniciação na Umbanda tem validade no Candomblé?


Essa é uma das maiores indagações da sociedade do Candomblé e uma das perguntas mais frequentes que recebo através do site e blog. É um assunto polêmico, como tudo que envolve regras em nossa religião, pois somos resultado de uma mistura de povos, culturas e querendo ou não, uma nação afrodescendente influenciou a outra, formando assim um conjunto de costumes religiosos que são passados ainda oralmente.


A Umbanda é geralmente a porta de entrada para que muitos conheçam o Orixá e mediante a necessidade ou curiosidade, muitos migram para o Candomblé e é então que surge a dúvida, os anos de permanência na Umbanda, valem para o Candomblé? 

Nesse caso precisamos ter bom senso e analisar bem a situação, hoje existem casas de Umbanda onde o Babálorixá (ou Iyálorixá) é iniciado no Candomblé (Ketu, Angola, Jejè, Egbá, Efon...) e transmite aos seus filhos o que recebeu, obviamente com a influência da doutrina que pratica. Vamos supor que um filho dessa casa decidi ir para uma casa de Candomblé, ele vai sentar perante ao Merindilogun (jogo de búzios) e o Babálorixá terá que perguntar aos Orixás se essa pessoa é ou não vinculada ao seu Orixá e se os fundamentos pelos quais ela passou foi ou não aceitos dentro da nação que ele é. A partir desse momento Ifá irá orientar no que deve ser feito, iniciação ou obrigação.

Devemos ser criteriosos, não por desconfiar ou menosprezar a Umbanda e sim para respeitamos os nossos dogmas, entretanto a vontade do Orixá é a nossa lei e ela precisa ser respeitada acima de qualquer coisa. Há muitos babálorixás que não levam a determinação do Orixá em consideração e por medo do que os outros vão falar, iniciam novamente pessoas vindas de outras nações, que acabam tendo suas vidas totalmente prejudicadas, pois o Orixá foi magoado e seu axé desprezado.

Fica apresentada a minha opinião sobre o assunto e reforço que não há verdade absoluta no campo religioso, cada caso é um caso, cada situação precisa ser vista e revista, pois precisamos pensar no bem estar desses omo-Orixás, são vidas, são seres humanos e acima de tudo são cabeças escolhidas pelo que há de mais sagrado em nossa crença, o Orixá.


Um ótimo Sabado e que o Caçador não deixe faltar abonança nem paz em seus lares.


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